12 agosto 2005

«Eh pá, no meu tempo...»

Se acreditarmos em tudo o que todas as «velhas guardas» foram dizendo ao longo dos anos, dos séculos, concluímos através de dedução lógica que ninguém interpretava melhor o mundo nem as suas necessidades do que... sei lá, o Homem de Neanderthal. O «no meu tempo é que era bom» constitui, provavelmente, o maior factor da paralisação portuguesa. E irrita-me, sobretudo, quando aparece escrito nos jornais naquele jeito lamechas de quem não sabe mais o que dizer.

A quem teclava máquinas de escrever e hoje desdenha os computadores nunca ocorreu, decerto, que antes de si havia quem escrevesse à mão. Seremos piores, hoje, por não sujarmos as mãos de tinta nas tipografias? Ah, malditas máquinas de calcular que tiraram a tabuada às criancinhas! (Por acaso sei-a todinha e acho importante, sem ter por isso que fazer todas as minhas contas à mão) Oh, odiosa internet que já nem obriga a saber de cor os nomes dos rios ! (Das linhas férreas não vale a pena, porque já quase não existem, mesmo).

O chato, para a malta «da velha guarda», é que exceptuando talvez a comida e tudo o que tem a ver com ordenamento do território, as coisas são de uma forma geral muito melhores hoje do que no tempo das pharmacias que não vendiam preservativos nem pílulas. Se o meu filho pode começar a jogar com uma bola de couro por que há-de ter de passar pelas de trapos?

Eu cá gosto de brincar com essas coisas do «quando era novo». Mas só mesmo brincar. Na verdade, quando for grande, só espero lembrar-me que um dia fui novo e antes de mim estavam cá outros que diziam «no meu tempo é que era bom». Irra!

3 comentários:

Rita disse...

Ai era a brincar? Já podias ter avisado. Então quer dizer que ...errrr... a colecção inteira do Adriano errrr, vais ouvir menos?

Alexandre Pereira disse...

Olha que porra esta, a misturar os assuntos...

innocent bystander disse...

Deixa, é tudo uma questão de... pedalada.