24 fevereiro 2006

Questão que me atormenta

Jogo no Euromilhões, no Totoloto, no Loto 2 e (por graça e defeito profissional) no Totobola.

O que será mais improvável? Eu ganhar um primeiro prémio ou o José Mourinho admitir uma derrota?

BARCELOOOOOOOOOONA!

21 fevereiro 2006

Hábitos estranhos II

Não sei exactamente por quanto tempo, mas sim, eu era capaz de viver com uma (numa...) cozinha destas. Aceitam-se ofensas.



Foto AP

Não têm uma pilinha para se entreter?

Norte-americanos (claro!!!) estão em vias de inventar uma pílula que permite a uma pessoa dormir apenas duas horas, mantendo intactas todas as capacidades inerentes ao estar (bem) acordado.

O prof. Marcelo diz que só dorme quatro horas por dia, mas isso é um problema dele. Eu às vezes também. Acontece a todos. Mas por que raio precisamos de dormir apenas duas? Ah, pois, a produtividade... A seguir inventam um comprimido que garanta 14 horas de trabalho/dia sem cansaço, boa?

Estes senhores ou senhoras não têm, por exemplo, uma pilinha com que se entreter, em vez de andarem a inventar a morte da nossa forma de vida?

Viu-se bem daí, mãe?

Este ano não precisavas de ir à Serra da Estrela. Nós, mesmo assim, vamos tentar lá passar.

Évora, 2006, fotos daqui

17 fevereiro 2006

Finalmente fim-de-semana, finalmente desafio aceite

OK, malta amiga que desafiou: após jantar que ajudou um bocadito, aqui ficam, para reflexão de fim-de-semana, hábitos estranhos deste vosso companheiro.

1) Deixo sempre um bocado de vinho no copo para depois do café, em casa ou no restaurante. E recuso-me a sair da mesa com uma pinga de tinto que seja a sobrar. Mesmo que entretanto já tenha aviado um uísquezito-coisa-pouca-só-mesmo-um-cheirinho

2) Prefiro, de longe, puré de batata de pacote a produto original, feito em casa com batata verdadeira

3) Desde miúdo que gosto de ler o jornal acabadinho de sair da tabacaria, ainda com as dobras e os vincos todos. Mas só o do dia. Exemplo: o Expresso bem dobradinho ao sábado de manhã, no primeiro contacto, mas se voltar a ele domingo ou segunda já o quero usado e amarrotado. Falo do Expresso porque mantém, parece que por pouco tempo mais, o inteligente formato broadsheet. Mas eu gostava mesmo era de A BOLA antiga, mais larga ainda. Nas férias chegávamos a comprar duas Bolas, porque o meu pai, vá lá saber-se porquê, tem a mesma mania que eu. Ou será ao contrário?

4) Quando acabamos de cozinhar (eu e/ou o meu pai) a cozinha fica quase incólume, ou no mínimo organizada, com a eventual loiça por lavar empilhada no sítio certo e as tralhas arrumadas. Lá em casa é fácil saber-se quem fez o almoço ou o jantar antes mesmo de ele ir para a mesa...

5) Gosto de simetrias em quase tudo. Se numa ponta do sofá está uma almoçada inclinada a 45 graus, na outra ponta quero uma exactamente em espelho. Vale para quase tudo. O meu filho de dois anos é capaz de voltar atrás se dois interruptores que estão lado a lado não estiverem ambos para baixo ou ambos para cima. Vá lá saber-se porquê.

16 fevereiro 2006

Quem queres ser quando morreres?

Morreu Eduardo Alberto Ferro Rodrigues. Autor de peças de teatro e programas de rádio, pai de Ferro Rodrigues (ex-muita coisa entre as quais líder do PS) e avô de Rita Ferro Rodrigues, apresentadora da SIC (e sportinguistas, todos).

Foi engraçado ver a forma como os diferentes jornais titularam a notícia: para os ditos «de referência», morreu o animador de rádio e dramaturgo; para os chamados «populares» morreu 1) o avô da Rita (24 Horas) ou 2) o pai de Ferro Rodrigues.

A comparação vale o que vale. Mostra as diferenças. Eu sei quais prefiro. Mas cuidado com as aparências: se uma pessoa «normal» ler só o Público, por exemplo, será que chega a reparar na notícia?...

Chamem-me totó, pronto

Leio na capa do DN: «Venda de crianças vai ser punida por lei»

MAS AINDA NÃO É?

Que inocente, porra...

Não é má vontade...

Já recebi três desafios para aquela história dos cinco hábitos estranhos. Prometo que chegarão. Olha, se calhar esta de não encontrar assim de repente hábitos estranhos já é um deles... Mas hei-de reflectir para elencar (adoro esta palavra, «elencar») os outros quatro. Até já.

15 fevereiro 2006

Não sei se o prendia ou se era melhor uma chapada

Leio muito pouco «O Independente», ao contrário do que sucedia quando me apareciam os primeiros pêlos na cara — o Indy era muito in e muito culto e muito contra a corrente e muito tuditudo. Mas costumo ler o António Tavares-Teles (e dispenso teorias psicanalíticas sobre isso, embora as compreenda).

Serve isto para dizer que li no ATT que um padre deu uma entrevista ao Independente onde disse isto: «É mais grave fazer um aborto que violar uma criança.»

Li e reli. Não quero saber o nome do animal de batina que proferiu tal frase. Mas pensando bem até o compreendo: é uma espécie de autocrítica — nos seminários não se fazem abortos.

14 fevereiro 2006

Orgasmos

Eh pá, ou ando distraído à brava ou só entre ontem à noite e hoje é que reparei que anda meio mundo a falar de orgasmos como se falasse de uvas em Setembro.

Ontem era o ABC do Sexo, ou lá como se chama a Marta na TVI; hoje de manhã era uma senhora na SIC a dissecar o clitoris, salvo seja, agora até a TSF à tarde fala de conseguir, ou fingir, ou nem sequer lá ir.

Porreiro. Começamos a ir ao encontro das verdadeiras preocupações das pessoas.

13 fevereiro 2006

A diferença (também) está nisto

Porventura entusiasmado com a polémica que entretém o mundo, um jornal alemão publicou cartoon com os jogadores da selecção de futebol do Irão envoltos em explosivos, como bombistas suicidas.

A embaixada do Irão na Alemanha, cito carta enviada ao jornal, «protesta de forma veemente contra a ausência de sensibilidade manifestada pelo jornal e exige um pedido de desculpas».

Isto é entender a liberdade de expressão e o jogo democrático, com o consequente direito à indignação e ao bom nome, questões que se resolvem entre cavalheiros — com pedidos de desculpa, por exemplo — ou nos tribunais, caso o cavalheirismo não chegue. Nunca se resolverá à chapada, à pedrada ou à Intifada.

A distância entre as reacções aos cartoons da Dinamarca e a este equivale exactamente à diferença entre o mundo livre e o mundo oprimido. A embaixada iraniana na Alemanha vive cá deste lado...

Quero férias de neve!

(mas não tenho dinheiro...)
Foto AP

Então, meu, gostas de brincar à liberdade?

Era o que eu perguntava a um iraniano agora que já publicaram num jornal deles caricaturas sobre o Holocausto. Depois dizia-lhe que se é só para responder não vale. Liberdade é muito mais que isso. Mas pronto, para primeiras tentativas não está mal. E pela parte que me toca não me apetece nada mandar pedras a embaixadas de países muçulmanos. Será que eles desculpam?

10 fevereiro 2006

Prontos, tá bem


Após dias inteiros de queixas a amigos e consultas com psicólogos e outros ólogos, cedo ao conselho-mor: pôr gajas no experimental, a ver se arrebita o defunto.

Como assim de repente não percebo como se pode duvidar desta aqui e já que a melhor maneira de morrer é levar um tiro, fica o pensamento: carrasco por carrasco, não era giro ter esta última imagem?

A sério, há mesmo dúvidas?

08 fevereiro 2006

Ser do Sporting é...

... não ter vergonha de ficar contente depois de ganhar ao Paredes com extremas dificuldades e um penalty nos descontos (parece que foi, embora a malta que estava ali a ouvir o relato jure a pés juntos que foi gamanço). Escrevo de propósito antes do Benfica-Nacional.

06 fevereiro 2006

Porque estamos quase no nível zero

O experimental baixou a audiência de 7 para 1 leitor (eu), 2 nas «peak hours».

Hipótese A (e portanto mais plausível): isto é uma merda e as pessoas finalmente perceberam

Hipótese B: ando desinteressante, por isso escrevo coisas desinteressantes, mesmo que ache os casamentos homossexuais importantes

Hipótese C: a audiência era maioritariamente do Benfica e não perdoou o facto de eu ter iniciado a explicação do que é ser do Sporting

Hipótese D: a audiência é maioritariamente do Benfica e não aguenta a realidade da qual miraculosamente se esquecera nos últimos sete/oito meses (ser do Sporting é também não esquecer aqueles 18 anos e nem sequer trocá-los por nada)

05 fevereiro 2006

Ser do Sporting é...

... saber agradecer ao Costinha o facto de, muitos anos depois, estar finalmente a compensar tudo o que de bom fez pelo Benfica enquanto foi guarda-redes do Sporting.

01 fevereiro 2006

Queres casar comigo?

A política de causas tem as suas contradições. Depois de alguns anos a lutar, muito justamente, pela equiparação das uniões de facto aos casamentos de papel passado, eis que a ordem do dia é marcada por um pedido de casamento de um casal homossexual.

A pretensão, quanto a mim, é igualmente justa. Sou fortemente partidário da liberdade até onde não incomodar ou prejudicar os outros. E duas mulheres casarem-se não prejudica obviamente ninguém.

Não preciso, contudo, de fazer um grande esforço para me colocar na pele (e na mente) de pessoas menos... flexíveis, ou religiosamente mais convictas, e perceber o quanto podem ficar chocadas com a possibilidade de (na óptica delas) subverter uma instituição como o casamento, para o bem e para o mal um pilar fundamental da vida social ocidental.

A minha questão é: se a malta mais moderna e arejada faz, há tantos anos, tanta gala em abominar o casamento e em apregoar que é igual juntar-se ou casar-se, interessa é o amor e a cabana, então para quê o finca-pé no casamento dos homossexuais? Não seria mais eficaz concentrar esforços na luta pela efectiva igualdade de direitos em relação a um par heterossexual que viva em comum — heranças, assistência na doença, possibilidade de adopção, etc.? Isto sim, é imperioso numa sociedade moderna. Agora lá o casamento... só se for por uma questão simbólica, que como se sabe vale muito pouco quando confrontada com os costumes.

P. S. - OK, confesso: já estou um bocadinho farto das duas senhoras que hoje inundaram jornais, rádios e TV. Mas penso mesmo o que disse acima.