28 janeiro 2008

Sinais

Percebe-se que estamos inseguros quando, mesmo sabendo que nadamos com água pela cintura, deixamos de ser capazes de ler os sinais que nos enviam. Ou, sobretudo, os que não nos enviam, achando aqui e além que um sorriso vale mais que o momento, ou que um olhar traz algo que queremos, ou julgamos querer, quando se limita a ser um olhar.

Percebe-se que estamos inseguros quando queremos muitas coisas ao mesmo tempo e desconfiamos que queremos algumas delas precisamente porque não acontecem, essas e outras.

Percebe-se muita coisa e isso às vezes serve-nos de tão pouco.

26 janeiro 2008

Se a noite falasse...

... nem era preciso álcool ou drogas. Bastava alguém reparar no meu ar aflito enquanto procuro no trânsito um carro como o teu. O teu carro, que quase sempre sei onde está, que às vezes está tão perto. Era suficiente alguém perceber que vejo a tua sombra a cada recorte que as luzes me oferecem reflectido no chão que dorme, pardo, negro. Tem sempre cabelos a beijar os ombros, esta sombra - ancas, botas, um cigarro e uma mão que o agarra para depois, indicador e médio a fumegar nas pontas, ajeitar a madeixa de cabelo que também quer acariciar a face. Olho, passo, espreito outra vez e é só mais uma sombra. Quantas faltarão até seres tu?

25 janeiro 2008

Eles estão de volta

E porque há quase sempre boas notícias numa Fnac perto de nós...



«Jukebox», de Cat Power, já saiu
«Nove e Meia no Maria Matos», do melhor de sempre, sai na terça-feira


Livro de instruções

Não, a vida não se retomou por inteiro. Vai-se retomando e re-estragando dia a dia, semana a semana. Deve ser mesmo assim, se calhar só eu é que não sabia. Talvez deva mesmo ler os livros todos onde tudo vem escrito e descrito e dissecado e onde já mistério nenhum da vida tem autorização de entrar. Mas pensando bem, se alguma vez os ler será sempre para esquecê-los no minuto seguinte. Não me formatarão.

RETOMA

Porque a vida também é feita de recomeços, apeteceu-me voltar aqui. Não sei quantas vezes. Aquelas que apetecerem; como hoje.