30 outubro 2008

Cuidado, eles andam armados

A vida é bonita pelas surpresas que nos traz. Mesmo as más. Acordar a escutar na rádio que um general insinuou uma revolução é uma experiência única. Eu, que assumi muitas vezes ter preferido já ser gente no 25 de Abril, não podia pedir melhor para meio da semana.

O general disse qualquer coisa como: os jovens militares, se continuarem a sentir-se injustiçados, podem cometer actos pouco consentâneos com a democracia.

Não se sabe exactamente o que pensam os «jovens militares», mas rapidamente outras duas altas patentes vieram concordar com o general.

E pronto, como andam armados podem dar-se a este luxo de ameaçar o estado de Direito só porque a crise também lhes bate à porta. O pior da história é que a História já nos deu fartos e bastos exemplos de que os militares sabem mesmo fazer levantamentos e golpes de Estado.

Este governo não é brilhante e os dias que se vivem não são dos melhores, mas a ideia de uma Junta Militar à frente do País é no mínimo assustadora e no máximo aterradora.

Conhecidos e louvados pela forte disciplina que impõem, espera-se que as estruturas militares, ao invés de ameaçarem, saibam controlar estes excessos de linguagem (por enquanto de linguagem...). Se não souberem, pede-se ao governo e, em especial, ao número 1 das Forças Armadas, o Presidente da República, que puxe as orelhas aos senhores e os mande descansar na caserna depois de fazerem 200 flexões com cada braço.

28 outubro 2008

A propósito disto aqui

Carta enviada (por via electrónica) ao Sindicato de Jornalistas:

Exmos. senhores:

Vêm de há algum tempo as minhas interrogações sobre a real vantagem de ser, hoje, sindicalizado. Na minha opinião (que vale apenas enquanto tal, naturalmente), o SJ padece do mal geral do sindicalismo, pelo menos em Portugal - pouca adequação aos tempos modernos e dificuldades tremendas na leitura e adaptação ao que é, actualmente, o mundo laboral.

A recomendação do Conselho Deontológico (CD) de 24 de Outubro, a propósito da alegada «linguagem violenta utilizada no noticiário desportivo», fez-me pensar precisamente em tempos antigos, que não vivi mas dos quais tenho conhecimento. Os tempos em que os jornalistas «desportivos» não podiam ser sindicalizados.

O estigma que paira sobre a informação desportiva continua vivo. Isso sim, já tenho sentido na pele. Apenas da parte de companheiros de profissão, felizmente, já que no que respeita ao público que nos lê, ouve e vê os números vão falando por si.

O facto de o CD referir, no documento, a possibilidade de «cair na denominação de jornalismo menor» revela todo o preconceito que subsiste. Isto para não falar do conceito de «jornalista desportivo». Desconheço a denominação, ignoro a tipologia que separa jornalistas por classes ou assuntos. Ou também há recomendações a «jornalistas políticos», «jornalistas económicos», «jornalistas sociais» ou «jornalistas hortícolas»? Ou mesmo a «jornalistas sindicais», que no caso desta recomendação esquecem o óbvio dever de citar as fontes donde emanam as queixas que a motivaram, deixando o manto da suspeição cair sobre todos os jornais do país, visto que nenhum abdica de generosas fatias das suas edições para dedicar à informação desportiva?

Sindicalizei-me assim que me iniciei na profissão, como estagiário, há 14 anos. Sempre que discuti a filiação com outros jornalistas da minha geração (não filiados em maioria), descobri que o meu único argumento para continuar era uma questão política e ideológica. Esta «recomendação» atinge-me enquanto profissional. Como a política e a ideologia não se praticam nem defendem através do pagamento de quotas mensais - nem, quanto a mim, através de metodologias, preconceitos e formas de luta ao estilo dos anos 70 e 80 - entendo desfiliar-me do Sindicato a partir desta data.

Com os melhores cumprimentos

14 outubro 2008

Baquetas, por favor. Por favor!


Músicos, aspirantes a músicos, pseudo-musicos e curiosos de todo o Mundo, por favor uni-vos para me ajudar: preciso de comprar umas «baquetas júnior» para o meu herdeiro de quatro anos começar a despejar testosterona numa bateria. Não encontro em lojas de Lisboa...

12 outubro 2008

Questões incontornáveis

A minha mulher foge a sete pés da conversa. Deve calhar-lhe a honra, mas para efeitos legais e outros tidos na altura por convenientes desde já fica o testamento: quando for desta para melhor (ainda falta um bocadito, espero) quero ser cremado com banda sonora - «My Way», por Frank Sinatra, claro. Estas coisas têm de ser ditas e ficar escritas. Já está.

Music day - II

Para as melhores almas que por aí andam - justamente aquelas que aproveitam os primeiros cinzentos do Outono (bem-vindos!) para pensar no que oferecem no Natal aos amigos - aqui fica um dica importantíssima, imperdível e incontornável:

Parabéns! E os discos?...




Sim senhor. 60 anos, 40 a cantar. Parabéns,claro. Por acaso tenho gira-discos, mas os vinis ficaram com o meu pai, que no entanto anseia mais que eu a edição da obra em CD. Será desta?