30 outubro 2008

Cuidado, eles andam armados

A vida é bonita pelas surpresas que nos traz. Mesmo as más. Acordar a escutar na rádio que um general insinuou uma revolução é uma experiência única. Eu, que assumi muitas vezes ter preferido já ser gente no 25 de Abril, não podia pedir melhor para meio da semana.

O general disse qualquer coisa como: os jovens militares, se continuarem a sentir-se injustiçados, podem cometer actos pouco consentâneos com a democracia.

Não se sabe exactamente o que pensam os «jovens militares», mas rapidamente outras duas altas patentes vieram concordar com o general.

E pronto, como andam armados podem dar-se a este luxo de ameaçar o estado de Direito só porque a crise também lhes bate à porta. O pior da história é que a História já nos deu fartos e bastos exemplos de que os militares sabem mesmo fazer levantamentos e golpes de Estado.

Este governo não é brilhante e os dias que se vivem não são dos melhores, mas a ideia de uma Junta Militar à frente do País é no mínimo assustadora e no máximo aterradora.

Conhecidos e louvados pela forte disciplina que impõem, espera-se que as estruturas militares, ao invés de ameaçarem, saibam controlar estes excessos de linguagem (por enquanto de linguagem...). Se não souberem, pede-se ao governo e, em especial, ao número 1 das Forças Armadas, o Presidente da República, que puxe as orelhas aos senhores e os mande descansar na caserna depois de fazerem 200 flexões com cada braço.

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