02 setembro 2005

Regresso mais ou menos

Estive de folgas(s). Como sou muito vaidoso claro que vim aqui ao blog ver se a malta tinha comentado qualquer coisa; mas como também sei ser muito preguiçoso, nada escrevi. A preguiça continua, não há ideias. Nestes dois dias fui sobretudo do Liverpool. Tão liverpoolista como quando jogaram contra o Mourinho. Falharam. Não faz mal, fica para a próxima. Falando de coisas sérias: gostei de ver o Marocas no recebe-beijo-na-mão depois do anúncio da candidatura. Parecia um casamento, giríssimo. A merda é que vou ter de votar nele, né?...

9 comentários:

Jo disse...

essa de seres do liverpool acho mal!!! :P

quanto ao marocas...parece q lá teremos q botar a cruz à frente do nome dele...

Davi Reis disse...

Pois... nas presidenciais, a sugestão de ensaios sobre a lucidez não se aplica da mesma forma que a um governo. 80 por cento de "brancosos" era coisa feia se não para colocar em causa um modelo governativo ou a imposição constante das mesmas duas grandes e esfaimadas (por vezes antropofágicas) matilhas políticas, apesar de não vivermos num regime (pelo menos assumidamente) bi-partidário como os arautos da democracia do cavalo branco e da "liberdade obrigatória" (digo eu). Facto é que a candidatura de Soares, aos 80 anos, indicia o vazio da sucessão democrática, da batalha plural por que o próprio deu a cara durante uma longa vida. Soares deixou descendência política: João Soares, bem ao jeito da presente democracia americana ou, diria, de linhagens e preceitos dinásticos, por norma totalitários ou autocráticos, tão alheios ao ideal igualitário democrático. Mais: Soares não se candidataria se, de facto, não estivesse convencido de que há uma geração perdida em Portugal. Como disse o Suspirador (teoriadasuspiração.blogspot.com) e muito bem, «a alternativa presidenciável a Soares é só o representante mais ilustrativo da geração perdida: Aníbal Cavaco Silva». Voltando ao princípio, e atando o saco com um lacinho, desta vez nem nos adianta votar em branco...

Abraço, Xano. Ontem perdeste um bom concerto...

Rita disse...

Olha, esse suspirador suspirou bem, sim senhora.

Eu também vou botar lá a cruz no bochechas, ora o que se há-de fazer?

Contra o belfo de Boliqueime marchar, marchar!

Alexandre Pereira disse...

Acredito, davi, acredito em pleno. Mas olha, ganhei uma palavra nova para o curtíssimo vocabulário do meu pequenote: disse «Hugo», chamou assim com todas as letras um amigo que foi lá a casa. E do Palma, enfim, há sempre os discos...

Alexandre Pereira disse...

Jo, querida: aquele rapazito baixinho que parece uma ovelhinha é criação do meu quintal e foi plantar flores para o do vizinho. E planta flores muito bonitas, pelo que seria melhor vê-lo trabalhar lá longe. Não há como a honestidade...

Senador disse...

O engraçado é que ainda só se conhecem dois candidatos: os PS e o do PCP. Espera-se que Louçã avance pelo BE e que Cavaco acabe com o tabu em Outubro, CDS está completamente out. Mas imaginemos dois cenários possíveis: primeiro que Cavaco não se candidata. Já deu provas anteriormente que pode supreender os portugueses. Segundo cenário que Soares, e não desejo mal a ninguém, morre em plena campabha à semelhança de Sousa Franco. Ponderarias a votação em algum candidato de direita que não Cavaco? Ou votar em outro possível candidato do PS (e não vale contar com o Alegre porque o que lá vai não volta)?
Já agora quando se fala em vazio politico e geração perdida isso também não pode significar que a geração anterior tapou as oportunidades à seguinte?
Confesso que não consigo aceitar de bom grado esta candidatura de Soares apenas na base de explicação que não há alternativas no centro esquerda. Tenho para mim que Soares como velha raposa soube foi fazer muito bem a cama a todos os outros possíveis candidatos da sua área politica.

innocent bystander disse...

eu continuo a gostar do liverpool, tem piada...

Davi Reis disse...

Senador, concordo "obliquamente". Louçã deve candidatar-se. Tem essa obrigação, até. O eleitorado do Bloco espera uma atitude desalinhada, não-seguidista, mesmo que heterodoxa. A esperança desse eleitorado é, precisamente, a possibilidade de uma verdadeira alternativa ao marasmo dicotómico do binómio partidário, da ementa de há 31 anos: carne ou peixe. Mas há quem seja vegetariano, por incrível que pareça. [Caramba!, na Superliga até o Boavista já foi campeão!] Em não avançando com Louçã, o Bloco arrisca-se, por um lado, a perder alguma da crescente confiança do seu eleitorado, e, por outro, a ver-se alvo de acusações como aquela dirigida abaixo, numa caixa de comentário do Experimental, a Manuel Alegre, que, pelo seu ideal emocional, lírico e filantrópico, acima da mais nobre das políticas, se acobardou ao establishment, ao instituído pelo partido, passando, nesse momento, a ser um falso poeta e um verdadeiro político. Eu não creio tanto no simplismo dessa proposição. Alegre, para se candidatar sem o apoio (leia-se financiamento) do partido e de todas as forças aliadas que rodeiam Soares (além de uma grande fortuna pessoal), acaso perdesse as eleições teria a vida arruinada. É, no fundo, muito simples esta questão. Voltando a Louçã, que avance! Tem essa obrigação, sobretudo dizendo-se e escrevendo-se que não há uma nova geração na política portuguesa. O Bloco só deve "ler" estes acontecimentos como mais uma janela de oportunidade. Quanto a Cavaco, que faça o que entender, mas será certamente candidato. Está simplesmente a jogar xadrez. Mas não nos esqueçamos de que Diogo Freitas do Amaral é, na verdade, independente... e não deixa de ser plausível que Soares possa ter um problema de saúde que ponha em causa a continuidade da campanha, sempre muito exigente - se caem, num ápice, inesperada e fulminantemente jovens promissores atletas em relvados de futebol. Nessa circunstância, dou por certa a incursão de Freitas no terreno de batalha eleitoral. Se não se deu antes, foi devido à mesma questão que travou e desmotivou Alegre, e que comento acima. De qualquer forma, Freitas não atraiçoaria Soares. Freitas seria o melhor candidato mas, mesmo assim, repito: Há alternativa...

n.b. - Desculpem-me a extensão dos devaneios

Alexandre Pereira disse...

Senador, outros amigos: aconteça o que acontecer a quem quer que seja, é preciso o Diabo rir-se par eu votar num candidato de direita. O que inclui Freitas do Amaral, bem entendido. Se houvesse Freitas/Cavaco, votaria noutro qualquer. Se não houvesse outro qualquer, votaria em branco. Em princípio é o que acho. Se as coisas mudassem muito e se radicalizassem, enfim, sempre gostei mais do Amaral que do Silva. Mesmo a sério, mesmo no tempo em que o Amaral era do CDS. Mas se houvesse Freitas/Cavaco aposto que o Garcia Pereira aparecia para me salvar a consciência!