27 setembro 2005
O Abril das palavras e o voto da consciência
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.
In «Chegar Aqui», 1984
Abril e todos os que o amam tiveram uma grande notícia no fim-de-semana passado. Um fim-de-semana quente de Setembro em que todos já discutem presidenciais e poucos se entusiasmam com as autárquicas de Outubro mais os seus plebiscitos de arguidos benquistos pelo povo.
Um fim-de-semana quente em que uma voz tonitruante e umas barbas experientes, porém frescas, disseram «presente». Manuel Alegre, que no início do processo não me convencia, afinal ensinou-nos outra vez que «há sempre alguém que diz não». Alguém corajoso, como ele, para dizer não ao voto órfão de uma esquerda perdida.
Cavaco em Belém é o pior dos pesadelos. Manuel Alegre pode não conseguir um milagre e se houver segunda volta lá terei de tapar a parte esquerda do boletim para votar Soares. Mas pelo menos já limpo a consciência na primeira volta. Obrigado, capitão do Abril das palavras!
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3 comentários:
estou contigo!
Como já aqui tinha dito, há alternativas. Mas há um fenómeno que me continua a provocar urticária: diz-se que a tendência do observador é torcer pelos pequenos, desejar que Davi derrote Golias num golpe de funda certeiro. Mas, na política, vencem sempre os grandes, apesar da possibilidade de alternância... Faz-me certa confusão. Com Alegre ou sem Alegre, serão aqueles que nos têm usurpado e sugado desde um Abril já nada fresco e viçoso que se manterão nos cargos insignes, alinhando à sua disposição as políticas desiguais que ditam o destino dos humildes mas honestos e... ignorantes. Bom seria que se pusesse fim à tirania democrática bipartidária, que os portugueses boicotassem o voto quer no PS, quer no PSD. Isso seria verdadeiro progresso e um sério aviso aos poderosos imbecis de geração. «Atenção que o povo está farto!» Pois demonstre-o!
Se aguentar até ao fim tem o meu X. Se não... não sei...
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