01 novembro 2005

A máscara caiu ao Rio

Rui Rio, presidente reeleito da Câmara Municipal do Porto, estabeleceu «regras» de relacionamento com a comunicação social, admitindo apenas entrevistas por escrito e sobre os temas que entender serem importantes. Isto, trocado por miúdos, chama-se censura.

Titular de um cargo público, o que desde logo faz com que não seja só ele a decidir aquilo de que quer ou deve falar, Rui Rio pode, mesmo assim, não responder a todas as perguntas que lhe fazem. O povo que o elegeu julgará, depois, a atitude. O que não pode, de todo, é impedir os jornalistas de perguntar, determinando ele os temas das interpelações.

Diz o autarca que o JN deturpou palavras dele para fazer uma manchete. Essas coisas resolvem-se em sede própria e não podem servir para justificar, seja sob que pretexto for, um corte na liberdade de imprensa.

Rui Rio sempre pareceu uma pessoa séria e há quatro anos foi um fantástico e surpreendente vencedor da segunda autarquia mais importante do País. Nessa altura precisou dos jornais e dos jornalistas. Agora, suportado num segundo mandato e numa maioria absoluta, acha que já não precisa.

Bem vistas as coisas, se calhar a simpatia que Rio despertou aqui pelo sul do País só teve mesmo a ver com o facto de ter afrontado Pinto da Costa, o que faz dele uma espécie de herói solitário no Porto (o outro é Alexandre Magalhães, que vota sozinho contra as contas do FC Porto há duas décadas). Meter-se com o futebol é pouco, contudo. Rio vai perceber isso e um dia correrá a pedir uma entrevista para tentar fazer passar a sua mensagem. As máscaras caem com tanta facilidade...

P. S. - Quando o senhor aparecer a pedir batatinhas, vai ser engraçado perceber qual o primeiro órgão de comunicação a fingir que ele agora não fez nada.

7 comentários:

Pim disse...

Tá giro, tá... Quer isto então dizer que a rapaziada da rádio e da televisão pode esquecer entrevistas com esse ditadorzinho à moda do Porto, certo?
Aguardo, com moderada ansiedade, esse instante em que, como referes, Rio vai lembrar-se de chamar alguém de algum órgão de informação para fazer passar a tal sua mensagem... Digo que não passa de Janeiro.

Alexandre Pereira disse...

Queres dizer que não passa do Primeiro de Janeiro? Eh eh eh, este trocadilho resulta bem. E MARIA RITA???

Pim disse...

Maria Rita ao mais alto nível!!! Dezasseis dias de gente e linda de morrer. E o Pim cada vez mais apaixonado e babado. E ainda à espera das tais noites sem dormir! Saiu-me um anjinho na rifa, ehehe! Nem de encomenda... ;)
Abraço grande, xano!

p.S.: o trocadilho parece-me muito bem, ehehehehe!

innocent bystander disse...

seu doidão... não admira que ache q pode ir ao lux!

ah, o Rio é um porcalhão

Jo disse...

qd ouvi isto achei que tinha percebido mal a noticia, já que só vi parte da peça...
no comment.

Rita disse...

Tens de trocar com o Bonzinho uma noite ou duas, ó Pim...

Já agora, não há nada que se lhe possa dar por aquele Rio acima?

Pim disse...

Pois é, ele tem-me contado que não tem sido fácil.
Beijokas rita!