19 novembro 2005

Estão a ver? É por isto...

José António Saraiva, descendente intelectual directo e em primeiro grau de Monsieur de La Palice, derrapa sempre que tenta fugir aos lugares comuns.

Na edição de hoje, fala do beijo (e não beijos despudorados e carícias contínuas, como se tem querido fazer crer em prestigiadas colunas dos últimos dias) das duas miúdas da escola de Gaia. E fala comparando o episódio da escola com as seguintes situações: dois jornalistas do Expresso na sua redacção; dois militares numa parada; dois empregados de um hipermercado em plena área comercial.

Ou estou a ficar gagá, ou estas situações teriam comparação com a das miúdas SE ELAS SE TIVESSEM BEIJADO NUMA SALA DE AULA, entende, senhor de La Palice? O seu antecessor diria precisamente isto. Ou o senhor repreendia dois jornalistas do Expresso se trocassem um beijo no bar? (É troca de beijos e mãos dadas que a escola proíbe por decreto, não é marmelada despudorada, que isso também os alunos se dispensam de fazer à frente de toda a gente). Ou será que dois empregados do Continente não se podem beijar no parque de estacionamento?

É por isto que se torna absolutamente lamentável que Saraiva vá deixar a direcção do Expresso E CONTINUE COM O POLÍTICA À PORTUGUESA! Em Portugal é assim, nunca se resolve tudo de uma vez, fica sempre uma pontinha qualquer por desatar... A não ser lá na escola: dá a mão à namorada, vai ao director (mas não o do Expresso, embora até fizesse sentido).

1 comentário:

Rita disse...

Olha, eu digo-te desde já que nós pelos vistos somos uns gandas malucos de uns liberais, pró-libertinagem e tudo e tudo. Pois se até já me apelidaram de ser irritantemente politicamente correcta por achar que os afectos na escola são necessários.

Mas parece que quando se fala nisto se pensa logo em marmelada em cima das mesas do refeitório. sabes que mais? Ainda bem que há adolescentes nas escolas e não apenas adultos, porque pelos vistos esses sim, precisam de papéis afixados por todo o lado para se comportarem de forma decente.

Não há cú. É o que eu digo.