15 janeiro 2006

E se de repente a vida voltar a fazer sentido?

Tentei a todo o custo ainda não dizer isto alto, mas não consigo — a minha vida, as nossas vidas, a vida do País estão perto de recomeçar a fazer algum sentido: Cavaco Silva desce nas sondagens a uma semana das presidenciais!

Era previsível. Com campanha em marcha a sério, as limitações ficam mais à mostra. Talvez os portugueses não queiram, afinal, ver o Mundo todo através de investidores, confianças, investimentos, capitais, administrações, bolsas, empresas, OPAs, break evens, cash flows, empresários, moeda, barris de petróleo, défices, impostos, dotações, gestores, estratégias, grupos económicos, compras, importações, exportações, qualificações, empresários e políticos que só sabem falar disto.

Talvez queiramos ser vistos como CIDADÃOS com angústias, estados de alma, inteligência, capacidade artística, gostos culturais, amores, desamores, emoções, sentimentos, tendência para partilha em sociedade, necessidade de lazer, filhos, pais, avós, inquietações, dúvidas, gosto de viver.

Somos gente que precisa de boa parte do que está lá em cima, mas somos sobretudo pessoas e não números. É por isto que vou votar em qualquer um que não Cavaco Silva.

MUITA FÉÉÉÉ*

*até porque se houver segunda volta cheira-me a vitória do «qualquer um» que lá chegar com o prof.

1 comentário:

Pim disse...

Toda a féééé, TODAAA!!! Eu sou dos que acreditam... A ver se náo caio da cadeira abaixo.