12 dezembro 2005

E você, é «senhor»?

E pronto, lá está outra vez o flash-entrevistador da TV a dizer «senhor Koeman». É sempre assim, os estrangeiros são senhores, os nossos são «fulano de tal».

Isto não tem ponta de xenofobia, cruz credo vade retro, mas é um bocado irritante nunca ouvir «senhor Augusto Inácio» ou «senhor Ulisses Morais» ou «senhor Paulo Bento» e depois ter de aturar o «senhor Trapattoni», o «senhor Adriaanse» (este então, olha olha...), o «senhor Babilu de Bourbon».

Tem piada: os treinadores brasileiros, apesar de estrangeiros, também não chegam a senhores. Não devem sentir-se nada bem, até porque ao contrário dos que são chamados de «senhores» até percebem um caracol de Português...

Alguém me explica?

4 comentários:

Pim disse...

Deve ser uma questão de tradução... Os nossos são «misters», certo? Para os de fora inverte-se a coisa e passam a ser «senhores», pronto. É que só pode! Simplesmente, ridículo!

O Trapattoni, por acaso, até era «meio senhor» ou «half mister» (apeteceu-me procurar o meio termo para a coisa). Nem que seja só pelo facto de, na primeira de todas as conferências de Imprensa, ter falado (ou ter tentado falar) em português.

Em Itália, resolvem bem a situação: toda a gente, desde jogadores, a treinadores, passando por dirigentes e acabando nos jornalistas, é tratada pelo primeiro nome. A não ser que tenham uma alcunha. Se assim, for, funciona com a alcunha. O «signore Trapattoni» era simplesmente «Trap» nas conferências de Imprensa.
E ponto final k'isto já vai longo.

Abraço, xano!

innocent bystander disse...

senhor Babilu de Bourbon vai que, pró Guimarães?

não faz sentido nenhum, não faz não... senhor. :-)

Jo disse...

é mm à tuga!
o "sôr" qq coisa...n é doutor pq n calha...

"o senhor koeman" soa, no mínimo, ridículo!

Misunderstood disse...

Percebo a tua lógica, mas tb percebo a do gajo do flashcoiso, ainda que seja complicado de explicar... Dá jeito dizer simplesmente Paulo Bento, mas já não dá dizer Ronald Koeman coiso e tal... Acho que o senhor não é usado no tom do «desculpa lá por existir», mas sim como uma muleta, um apoio (espero mesmo que seja isso).